Praia. Litoral. Reencontros. Gastos excessivos. Compras no supermercado geralmente lotado. Em recente visita ao litoral gaúcho, aproveitei uma tarde chuvosa para pesquisar os preços de alguns produtos básicos. Primeiro precisamos esclarecer o conceito de inflação. Em poucas palavras, inflação é o aumento persistente dos preços, o que resulta em uma contínua perda do poder aquisitivo por parte da população. Segundo o Dicionário de Economia de 2007, do economista Paulo Sandroni, inflação é um fenômeno monetário possível resultado de duas situações. Pode ser da expansão da oferta de moeda que tem efeito inflacionário ou como resposta a maior demanda de moeda provocada pela própria inflação, ou seja, a inflação, normalmente, pode resultar de fatores estruturais, inflação de custos, ou monetários, inflação de demanda.
A pesquisa de preço que fiz não tem uma metodologia específica, muito menos uma renda a ser analisada de acordo com o comportamento do consumidor. Fiz uma pesquisa, como qualquer consumidor poderia fazer, ou seja, de bloco e caneta na mão. Além da minha formação em Economia e de pesquisar mensalmente o Custo de Vida em Santa Maria, o que me motivou realizar a pesquisar foi a identificação de diversos carros de turistas que chegavam ao Litoral cheios de compras, chamados aqui no Rio Grande de "ranchos". Comecei com a carne moída de primeira e de segunda. Em Santa Maria, o preço médio encontrado na carne moída de primeira é de R$ 26,98. No litoral, R$ 24,38. Já a carne moída de segunda: R$ 15,99 e R$ 13,98 respectivamente. A chuleta no município R$ 21,69 e, na praia, R$ 19,98. A paleta, a diferença de preço é estável, sendo que em ambos os casos o preço médio é R$ 17,89. A tradicional costela minga: R$ 18,90, em Santa Maria, e, na praia, R$ 16,89. Até o tradicional refrigerante de cola tem diferença entre os municípios. No Litoral, encontra-se em dois litros a R$ 4,69 e, em nosso município, R$ 4,89. Dentre os itens pesquisados, a alface, o tomate, a cenoura, o milho e a cebola, os preços de Santa Maria estão em média 30% mais baratos.
A cerveja e a água, de grande consumo nesta época do ano, também apresentam diferenças significativas de preços, se comparado nos dois municípios. No Litoral, a cerveja e a água chegam a ter preço 40% maior que em Santa Maria. Aqueles que foram aproveitar o restinho do verão, aconselho a não levar o carro cheio de compras. As diferenças de preço não compensam, pela rápida pesquisa que fiz. Frequentar o supermercado na praia não é uma tarefa fácil, mas levar condimentos estocados também não. Outra diferença que me chamou a atenção foi o fato de os supermercados abrirem aos domingos e feriados, tanto na alta como na baixa temporada. Comodidade que, infelizmente, não temos aqui em Santa Maria.